A Fundação Ezequiel Dias
(Funed) recebeu, durante a última edição do XX Encontro Nacional e do VI
Congresso Latino Americano de Analistas de Alimentos (ENAAL), realizados em
Belém/Pará, diplomas de honra ao mérito, oferecidos aos serviços de Análises de
Rotulagem e de Química, que fazem parte do Instituto Octávio Magalhães
(IOM/Funed).
As pesquisas “Informação
nutricional: uma alternativa de melhor compreensão para os consumidores” e
“Validação de método rápido e simples para a determinação de dióxido de enxofre
em água de coco”, receberam a menção honrosa, concedida pela Sociedade
Brasileira de Analistas de Alimentos, nas áreas temáticas de rotulagem e
aditivos de alimentos, respectivamente.
O evento é realizado a cada
dois anos e tem como objetivo promover o intercâmbio de profissionais e de
instituições públicas e privadas que atuam nas diversas áreas de análises,
avaliação e controle de qualidade de alimentos, da produção primária ao
consumo. Em 2017, o encontro foi realizado entre os dias 13 e 16 de agosto, em
Belém, no Pará e teve como tema central “Segurança Alimentar e Biodiversidade”.
Rotulagem
De acordo com a pesquisadora
da Fundação, Valéria Martins Vieira, a informação nutricional veiculada nos
rótulos pode ser uma importante ferramenta para o controle das doenças crônicas
não transmissíveis (DCNT). “Vários modelos de rotulagem frontal e nutricional
tem sido abordados hoje no mundo, a exemplo do Chile, Equador, Reino Unido,
Austrália e Nova Zelândia, na tentativa melhorar o entendimento dos consumidores
face aos dados rotulados”, explica a pesquisadora.
No Brasil, a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA) tem feito vários estudos para propor um modelo
que auxilie melhor a decisão de compra dos consumidores. Foi pensando nisso,
que a equipe do Serviço de Análises de Rotulagem da Funed, formada também pelas
pesquisadoras Camila Vieira, Simone Gonçalves, Flávia Coimbra e Joana
Saturnino, resolveu avaliar em três modelos, qual seria o melhor entendimento
dos consumidores da Divisão de Vigilância Sanitária da Fundação, sobre os
nutrientes declarados no rótulo de uma batata palha.
O primeiro trouxe o modelo
nacional atual, o segundo atribuiu cores gráficas a oito nutrientes, imitando
um semáforo. “A ideia foi atribuir o vermelho aos nutrientes que estariam
elevados em um produto, a exemplo do sódio, que se consumido em excesso é
nocivo à saúde. O amarelo para nutrientes que devem ser consumidos com
moderação e verde para os que se consumidos com uma alimentação equilibrada,
não trariam problemas à saúde”. Já o terceiro modelo apresentou a informação de
quatro elementos apenas. “A pesquisa concluiu que o segundo modelo, com as três
cores do semáforo representadas, foi o preferido pela população estudada.
Assim, a proposta de inserir elementos gráficos na rotulagem pode auxiliar nas
escolhas alimentares”, ressaltou.
Valéria afirma que o IOM quer
continuar contribuindo com a ANVISA neste trabalho, de forma a identificar os
elementos que tornariam a informação rotulada mais clara e acessível para a
população, principalmente para as mais vulneráveis.
Água de coco
Já o trabalho que envolve a
validação do método rápido e simples para a determinação de dióxido de enxofre
em água de coco, recebeu o destaque no ENAAL por apresentar uma alternativa
metodológica mais sensível, prática e ecológica para a análise deste aditivo,
além divulgar os resultados obtidos na avaliação de amostras comerciais e
correlaciona-los com a ingestão diária aceitável.
“O método validado é simples,
rápido e mostrou-se adequado para a determinação de dióxido de enxofre em água
de coco esterilizada” destaca a pesquisadora Cláudia Silva, que faz parte da
equipe que conduziu o trabalho, e da qual fazem parte também as pesquisadoras
Liliane Fernandes, Priscila Lima, Jeane Carvalho, Sara Valladão e Cristiane
Goddard.
Ainda de acordo com Cláudia, o
trabalho vem de uma lacuna no desenvolvimento e validação de uma nova
metodologia, mais simples e sensível do que as metodologias tradicionais para a
detecção de sulfito, que é um aditivo de uso permitido em diversos alimentos e
que tem a ação conservante e antioxidante. Entretanto, Cláudia explica que há
uma preocupação em relação à toxicidade, principalmente em pessoas sensíveis.
Por isso, é importante monitorar os teores de sulfitos nos alimentos de acordo
com o que a legislação preconiza, garantindo a segurança do consumidor.
O método validado foi aplicado
em 16 amostras de 10 diferentes marcas de água de coco esterilizadas,
comercializadas em Minas Gerais, em atendimento ao Programa de Monitoramento da
Qualidade de Alimentos (PROGVISA). A também pesquisadora Sara Valladão, explica
que antes do teste rápido, no método tradicional, a análise de uma amostra
levava aproximadamente cinco horas para ser concluída. “O método partiu de um
kit que foi adaptado para análise de sulfito em água de coco, e que apresenta o
resultado em poucos minutos. A adequação e a confiabilidade do método foram
atestadas em estudos de validação que se embasam em documentos orientativos
nacionais e internacionais”, destaca.
Para Cláudia Silva as
atividades realizadas pela Divisão de Vigilância Sanitária vão muito além da
realização de ensaios e diagnósticos. “Há sempre o desafio da melhoria de
processos e da oferta de novos produtos. A relevância dos trabalhos
apresentados está exatamente nisso, eles propõe soluções ou apresentam novas
perspectivas. O prêmio é extremamente importante por mostrar a contribuição
científica da Funed e sua importância como Instituto de Ciência e Tecnologia”,
aponta.
Assessoria de Comunicação
Social
(31) 3314-4577
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